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Estreando o nosso blog: Serra da Mantiqueira, o maior pólo olivocultor brasileiro


30 jan 2019

 

Começamos 2019 lançando nosso blog, um espaço dedicado à difusão da olivocultura, que tratará dos mais diversos temas relacionados ao azeite pelo mundo e também abordará as principais novidades da nossa marca.

No texto de estreia, escolhemos falar um pouco sobre a Serra da Mantiqueira, onde está localizada nossa produção. Com seu clima frio e montanhoso, a Mantiqueira foi nomeada com o termo de origem tupi que significa “gota de chuva”. Sua paisagem, que integra os ecossistemas de Mata Atlântica às últimas reservas de araucárias, o pinheiro brasileiro, guarda, entretanto, um segredo recente: a região vem se firmando como um dos mais promissores pólos de olivocultura do país.

Espalhada entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, a Mantiqueira tem se mostrado ideal para a produção de azeite de oliva por conta das altitudes, que variam de 1200 a 2800 metros do nível do mar, e do microclima que propicia colheitas abundantes, já que lá as oliveiras crescem mais que em sua zona tradicional de cultivo, as mesmas latitudes nas quais normalmente produzem-se uvas viníferas. Ali, a safra de azeitonas dobra a cada ano e rendeu, em 2018, mais de 80 mil L de azeite, volume maior que do Rio Grande do Sul, consolidando a região como o maior produtora de azeite do Brasil.

Toscana brasileira

A Mantiqueira sempre teve vocação turística, tanto como destino de descanso, como nas trilhas de aventura ou para experiências de turismo rural. A região virou um grande celeiro de bons produtores para quem busca queijos, cafés, vinhos e embutidos, por exemplo, entre outros produtos com terroir (as qualidades únicas que cada localidade, com seu solo, clima, umidade e tradições dão ao alimento). Foi este componente gastronômico, aliado à paisagem de montanhas e mares de parreiras e oliveiras, que acabou rendendo à Serra o charmoso apelido de “Toscana Brasileira”.

A origem das oliveiras cultivadas por ali, porém, não é italiana, e sim portuguesa­­ – data de 1937, quando uma família vinda de Portugal chegou à região trazendo as primeiras mudas. Mas foi apenas em 1995 que o cultivo comercial de azeitonas começou a ser implementado na região como estudo. Já a primeira extração de um azeite extra-virgem nacional registrada ocorreu há 10 anos, em MG. De lá para cá, a olivocultura na Mantiqueira explodiu: hoje, já são cerca de 160 produtores que cultivam diferentes tipos de azeitonas na Serra e em seus arredores – e destes, quase 40 extraem em quantidade suficiente para comercializar seus azeites. Entre as espécies mais populares, destacam-se a Arbosana e a Arbequina, originárias da Espanha, e Koroneiki, vinda da Grécia (que respondem por 70% das plantações brasileiras), além da única variedade nacional, chamada de Maria da Fé.